"As emoções, são as cores da alma." - A Cabana

25 de dezembro de 2011





... a falta que a falta faz.



9 de dezembro de 2011




I know when it is everything.
I know when i am everything.
And i know when i am alone
half of what could have been.
Because today i don't feel...
Because to love, it is also to forget...

14 de novembro de 2011

Esconderijo

Procuro a solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha

Pensamento sem razão
Procuro esconderijo

Encontro um novo abrigo
Como a arte do seu jeito
E tudo faz sentido
Calma pra contar nos dedos
Beijo pra ficar aqui
Teto para desabar
Você para construir...

8 de novembro de 2011



 - A cada dia é suficiente seu próprio cuidado.

Quando você acorda sorrindo, as pessoas esperam que você esteja dando gargalhadas. Elas esperam sempre que você faça mais, e diga "sim" independente do que aconteça... Elas querem mais, sempre mais de você, por mais que você se doe, não, não é suficiente. Desculpa querido, mais decepcionar pessoas é tão normal quanto respirar. Não vou barganhar minha felicidade por nada ou ninguém, nem ligo se me rotular de egoísta, hipócrita... Posso ser a vilã da história (de mais essa), ou qualquer merda que diga. Eu não ligo, troco tudo por minha paz. Pela paz de ser quem sou, e não um simples projeto de qualquer um.

6 de novembro de 2011




Não importa quantas vezes eu ria na cara dura, dizendo que "ta tudo bem", por que no fim, acabo chorando no colo de uma bebida qualquer na mesa do bar. É que não suporto a idéia de atravessar um rio remando num barco a motor.




Beijo bom é aquele que cola na mente,
Que entra na alma, que te deixa sem resposta.
Aquele que te faz perder mais que o chão...

3 de novembro de 2011

Eu Nunca Disse Adeus /Capital Inicial


Eu não sei o que eu tô fazendo
Mas, eu tenho que fazer
Aquela noite que eu te conheci
Eu acho, que nunca vou esquecer...

Um momento, quase perfeito
Inocente em seus defeitos
Tudo que é bom dura pouco
E não acaba cedo...

Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse adeus
Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse...

Eu disse vambora
Tô meio tonto
Preciso respirar lá fora
Me leve para a sua casa
Eu quero dormir
Onde você mora
Eu passando mal
E você ria
Ranto barulho
Eu não entendia
Mas concordava sem saber
Com tudo que você dizia
Se me pedisse
Pra pular de um prédio
Eu diria sim
Qualquer coisa 
Pra você gostar de mim

Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse adeus
Agora, pra sempre
Foi embora 
Mas eu nunca disse...

Eu perdi o rumo
E comecei a delirar
Acho que prometi até parar
De beber e de fumar
De repente a noite acaba
E todo mundo some
E me lembrei
Que eu esqueci
De perguntar o seu nome
Sem endereço nem direção
Por onde começar
Qualquer coisa pra poder
Te encontrar...

Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse adeus...

Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse...

Eu não como, eu não rio
Eu não sei o que é adormecer
Me desculpe se eu fechar os olhos
E desaparecer...

Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse adeus
Agora, pra sempre
Foi embora, mas eu nunca disse...

30 de outubro de 2011


 "O dicionário diz que  saudade é um sentimento mais ou menos melancólico de incompletude. Como assim, mais ou menos? Como saber se um sentimento está mais ou menos melancólico de incompletude? E por que às vezes é saudade e outras vezes saudades? Será que quando é menos, é saudade e quando é mais, é saudades? Penso que saudade é mais geral e saudades, mais específico. E que saudade é mais melancólico e saudades é menos melancólico. Mas, de incompletude, os dois sentimentos são. E eu, agora, estou com muito sentimento melancólico de incompletude específico."

Por: Noemi Jaffe

23 de outubro de 2011



O cigarro ainda aceso em minha boca me faz companhia em meio à cama bagunçada. Viro. Remexo. Tento. E não consigo dormir. Pensamentos se fundem aos meus desejos. Detesto despedidas e qualquer tipo de etc. que converse com a distância, que me deixe esse gosto do que não é mais tão meu-seu-nosso.

17 de outubro de 2011

Dança




Me puxa pelo braço,
me segura, me cala, me cerca
e faça juras.
Sorriso pequeno, leve
tente - tente
tornar-se história dos meus
lábios molhados com seu humor.
Pensamento lento,
coração acelera,
me solta, me pega, me contradiz
e faça truques.
Meu ouvido, teu sotaque...
Teu molde, meu quadril,
me leve, me leia, me guie,
pra onde vai à memória.



13 de outubro de 2011



Eu pedi um tempo ao tempo, pra tentar viver outro tempo sem saber que naquele tempo, o tal tempo não cabia. Mas tudo tem seu tempo, acredito nisso. O problema é que o tempo que dizem "apagar tudo", só guarda aquilo "tudo" em algumas gavetas criadas por ele na distância; fiquei com medo de não ter tempo suficiente, e tentei atrasar as horas. Quebrei o relógio. Quebrei a cara. Então resolvi apressar o tempo, não precisava mais dele, mas ele me bateu com força pela pressa descabida, exibindo seus ponteiros orgulhosos. Voltei às gavetas. Inspecionei cada uma, pensei que fosse encontrá-lo, o tempo, mas ele havia se mudado. No lugar havia um outro, não sei quem este era. Tentei cumprimenta-lo, mas ele só me gritou de longe um "até breve".

8 de outubro de 2011

[IN]Decisão




 Eis que chega numa encruzilhada. Seus olhos percorrem todos os caminhos, "por onde seguir?" - perguntou-se.
Olhou para trás com pesar, a rua iluminada fazia-se cinza, ela precisava ir, e a urgência em fazê-lo doía-lhe a garganta. Respirou fundo e soltou a bagagem ao chão. Decidiu que não levaria nada consigo. Mas como deixá-las? As pessoas? Um passo à frente e a eternidade dos segundos, se permitiu sorrir de forma amedrontada, porém deliciosa. Seus olhos queimavam deslumbrados ao avistar as novas ruas. Seu corpo gritava numa só voz "não para menina, não para; pois o tempo passa e a vida precisa seguir..." E foi, com jeito de quem sabia exatamente o que fazer.

5 de outubro de 2011

Risco



Imagem by: Ivan Makarov

O medo é apenas o berço de minhas revelações passionais. 

 

28 de julho de 2011



(Queria uma árvore bem alta em meu jardim, é que hoje me apetece sentar no topo e me esconder entre os ramos; observar lá de cima as cores que existem, e as que apenas vejo.)
E se eu pudesse dizer palavra por palavra o que me vai à cabeça, sem nenhuma espécie de "coador" ou tese, descrevendo com exatidão os gritos ao fundo da barriga, bagunçando mais que se borboletas fossem. Seria como abrir uma gaveta, que veio de lugar nenhum porém repleta dos meus dias. O que farias tu ao me ver despir-me de mim? De tu?
A futilidade de uma folha que se deixa levar pelo vento, por ruas cinzas. Por ruas.

24 de julho de 2011




  imagem by: Vladimir Kush

Sentou-se diante dele, seus olhos o encaravam sem querer, decidiu concentrar-se apenas na fumaça que vinha do cigarro de alguém, tentava lembrar da lista pessoal de razões intimistas, queria levantar e partir -mas faltava no entanto o querer de verdade, e em meio a um pensamento ou outro lhe furtava um olhar. A falta que agora preenchia todos os espaços da boca que um dia brincou em seu sorriso, era a mesma saudade que  se apresentava, no abraço com gosto bom de momento que passou. Ela ainda não sabia que mesmo tendo mudado as cores do cenário, os encontros que deveriam ser superficiais, estavam se tornando cada vez mais entregues.

8 de julho de 2011

A boca busca o vinho e esse, a taça.
A taça quis o vinho, a mão e a boca.
A boca na taça, o vinho na boca.
A mão conduz, o vinho escorrega e a alma agradece.

(autor desconhecido)

7 de julho de 2011

Doces Donhos




 

5 de julho de 2011

Só por você eu dei até o que eu não tive
Há tantos que vivem sem viver um grande amor
Eu que sohei por tanto tempo em ser livre
Me prenda em seus braços é o que eu te peço
Me prenda em seus braços...

Um Edifício No Meio do Mundo - Ana Carolina 

2 de julho de 2011


Me sentir em casa, e também ser lar. Quem dera...  


Ela que parece tão forte,
Quase nunca se abala, quase nunca.
Traz sempre nos lábios um sorriso,
seja de dor, seja de glória.
Tem um emprego legal, bons amigos,
esbanja segurança...
Que se derrete toda pelos cantos da 
vida por estar tão perto e tão longe.

26 de junho de 2011

Família

"Se eu tentasse descrever minha família, e é isso exatamente o que vou fazer, seria possível dizer que Anni bebia para esquecer. Eu bebia para ser feliz. Papai bebia só para conseguir seguir adiante. Vovó, para dormir melhor à noite. Tia Selma, para ser ainda mais cruel do que já era. Rikard, meu avô, afirmava que não bebia absolutamente nada, muito embora se diga que ele fez fortuna nos Estados Unidos com a venda de bebidas alcoólicas - mas isso foi há muito tempo.
Julie era a única da família que bebia - como é que diz? - com moderação e sensatez. Infelizmente! Isso não lhe fiz nenhum bem. Ela não esquecia, não era feliz, não conseguia dormir e nunca foi cruel. Também não ficou rica."



Antes de Você Dormir
Linn Ullmann

25 de junho de 2011



Como diria ela o que senti se está vazia
Se não consegue chorar, 
E de tão inundada, encheu-se de dor
Transbordando o nada que sentira.
Virou tormento que devora a estrutura.
Então deixe que silêncie. 
Deixe que corra, que fuja
Pra qualquer outro colo que não seja o teu. 

24 de junho de 2011



Allow is her body to dance as if nobody was seeing.
Try to love, as if it could not be hurt... 
 Sing.  Sing loud, sing the life...
Allow that his soul lives the one that they would 
not know understand...

20 de junho de 2011

Pensamentos Interditos




Garrafas vazias de felicidade espalhadas pelo chão, sábado à noite e nada me apetece na TV. Não consigo dormir... Estou no parapeito olhando a vista de cima-do décimo quarto andar. O vinho evapora devagar pelos meus poros, o vento forte ameaça meu cigarro, assanha meu cabelo. Já passam das três mais ainda há tantas luzes acesas pela cidade... Me pergunto o que faz toda essa gente acordada, então fico olhando pra todas elas sem enxergar nenhuma, pensando na tua mania de caluniar minhas verdades com discurso vagabundo e um quê de rebeldia barata, mas de vagabunda já me basto crua e sem juízo. Me sirvo de mais um whisky pra espantar os fantasmas.

Fantasmas não -Demônios, que paralisam os ponteiros sempre que você sai. Engraçado o modo como a gente briga e se entende pelo mesmo motivo; parece gozado mais é assim. Pensando bem, porque diabos fazemos sempre as pazes? Amor, vaidade? Não sei ao certo,  mais é claro que o incerto agora grita aos meus ouvidos de uma forma absurda pra sair e bater a porta com força... Só por ciúmes dessa noite que te têm mais que eu mesma... Bobagem minha, talento teu. Então ascendo mais um daqueles mentolados pra acompanhar meus lençois embriagados, não de presença, mais de saudade.



19 de junho de 2011



Estou olhando as fotos que tiramos naquele carnaval... Revendo nossos tantos risos criados, bobos e colados nas imagens, instalando a saudade que agora nasce no sorriso um tanto vazio que possuo. Sinto falta daqueles dias de festa e vaidade, de cantoria embaixo de chuva.
Hoje aquelas noites não passam de lembranças já que cada um de nós seguiu seu próprio bloco, e tudo segue...

17 de junho de 2011




The red scarlet is going being black,
Making blush the memoirs, sweetening the words.
The destiny unites to the same as separates two lives
in only one. She loses hope the longing.
Said words are just what are.

16 de junho de 2011



Ainda é cedo, mais o cinza gritante do céu não me faz exigências, não tenho pressa em levantar, posso ficar aqui amontoada em mim olhando da janela um pouco mais, com os olhos embaçados flutuando em pensamentos gota a gota com a chuva mansa, mal posso ouvi-la tocar o chão. O telefone toca, mas não me importo, só vou ficar aqui, e nada mais.


9 de junho de 2011

Apenas fatos.



Tocava-me.
Nos olhos tal textura devorava minha ânsia,
Por minutos chegou a me neutralizar. Inconsciente.
Titubeei no ar, não havia valor ou necessidade. sem chão.
Meu desejo dançava intemporal demais, no passo dos
seus goles de vinho barato, daqueles comprados em 
loja de conveniência. 
Te amei como não se ama. Sem amar. E agora?
Meu relógio está molhado de um suor que não é meu...
Mas estou partindo, porque nem tudo que se tem
paixão, tem sentimentos...


7 de junho de 2011

É O Que Me Interessa - Lenine


 

 "Me traz o seu sossego
Atraza o meu relógio
Acalma minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa"

6 de junho de 2011

Desconfiança





uma dose de tequila.
Entre as paredes vazias da nossa sala, lembro claramente daquela noite ordinária, onde a ausência me batia a face em devaneios.  Não consigo dormir. Pensamentos cirandam minha mente madrugada adentro e esse nó na garganta parece acompanhar de perto a mão tremula e fria, nervos a flor da pele. Estou confrontando a liberdade, mas ela não parece se abalar - discreta.
mais uma dose.
Já não há ruídos, todos dormem no prédio (imagino), no silêncio me deixo usar pelas palavras gritadas pra ninguém enquanto as lágrimas se fazem linhas... onde estão? elas? as lágrimas? Evaporaram rápido demais talvez, agora meus pecados cantam desistência. As cores aqui estão vazias, de hora, de tempo, de espírito.
garrafa  na mão.
Estou me traindo sendo fiel ao paradigma barato que criei, e chamei de "confiança". Não tenho respostas pras minhas perguntas, nem perguntas pro que sei responder. Te vejo chegar, chaves na mão, meu corpo se aquieta aos poucos ouvindo nossas babaquices planejadas, memórias de um futuro bom. Ponho à prova meus pés num palco que fia o encontro raso do olhar, adiando a mágoa. Só pro meu prazer.

3 de junho de 2011

Quero a sorte de um amor pequeno. Pequeno e tranquilo do tipo que caiba na palma da mão pra levar por aí vez em quando. Quero nunca me preocupar. Um amor que não me mude, me limite, ou me prenda. Alguém que aceite meus lados, brigue comigo, mais que sempre faça as pazes antes de dormir.

Menino Arthur

Na tentativa de apoiar o amigo Arthur de 17 anos, recentemente diagnosticado com um câncer raro, a turma de amigos do terceiro ano do ensino médio de uma escola em MG, resolveu raspar a cabeça.
Em uma barbearia fechada para o evento, as meninas filmavam enquanto os meninos tinham seus cabelos raspados. A idéia, partiu de Lucas Avelino, amigo de infância de Arthur.
A surpresa aconteceu nesta segunda-feira, quando ele voltou da primeira sessão de quimioterapia, em Belo Horizonte. "Eu fiquei sem palavras, fiquei sem ação, só consegui sorrir. Eu fiquei muito feliz, e me senti muito acolhido", diz ele.
A Homenagem, não se limitou apenas aos amigos de sala, alguns professores, e até mesmo o diretor acatou a idéia, que contribui diretamente para um melhor resultado, no tratamento dele.




Fiquei imensamente feliz quando vi essa matéria no jornal da globo.
É uma homenagem, misturada a carinho e solidariedade, o tipo que jamais se esquece na vida.
O tipo, que só grandes amigos sabem - podem fazer. PARABÉNS a esta turma, pela iniciativa.

2 de junho de 2011



O medo que há em ti 
Se esconde em mim.
Quase pálpavel, me assusta.
Me seduz... Me anula...

Esfreguei o dedo nas fuças
Dele, e gritei que fosse embora.
Totalmente enérgica.
Agora que se foi, 
Sinto a cólera falta do que temer...

29 de maio de 2011

On Me



Day in that i want to be quiet, quiet,
alone with me same, blankets and films.
Films with popcorn. Of action, suspense, comedy.
I want romantic comedy on those hours...
Rain sneaking out, while i turn myself in the bed.
Without demands, fears, longings...
Day of me for me...

28 de maio de 2011

Roleta Russa



 (Baseado em relatos de um amigo, que com muita garra, vence uma  batalha a cada dia.)
 



Porque eu não consigo parar?
O prazer já se foi a muito tempo, mais eu não consigo. Já fiquei um mês inteiro limpo, até aqui; uma coisa puxa a outra, e minha insanidade é nítida diante dos meus olhos. Flashes de memória. Não estou doente, não admito que duvidem de mim, não sou dependente!


Quando comecei a usar, me senti forte, capaz - imbatível!
A primeira vez é única, tem sabor inigualável; te dá uma sensação de prazer extremo, que nenhuma outra dará novamente. E você busca, busca o êxtase mas ele não vem, nunca mais. Dizia que tinha controle "só uso quando quiser". Mas ninguém tem a droga, ela possui - ELA! Te faz escravo, vulnerável à imaginação, a realidade não interessa mais. Pra que? Eu não sei lidar com perdas, com frustração. A cocaína é forte. Tira de mim o vazio.
Quando eu cheiro, sou quem quero. Me reafirmo na sociedade, certezas. Não preciso de ninguém, de nada em absoluto.


Eu quero parar.
Sofro, choro muito. Luto pra conseguir. Quis morrer, e até tentei por várias vezes mas fui covarde. Homem? não, me tornei fatias, pedaços de mim. Não adianta dizer que me arrependo, ninguém sabe que é dependente até provar. Agora eu sei. To sozinho, mais a arma que aponto pra minha cabeça não vai me atingir, feri também a minha volta, mais eu não me importo. O problema é deles, de todos que deixaram. Só deles.


Perdi tudo. Minha casa, familia, filhos... Cheirei tudo.
Passei a viver em função da droga, e agora estou perdido. Brigar comigo, é morrer comigo.
Saia daqui, saia! Não quero ajuda, não preciso. SOCORRO!

26 de maio de 2011

Cotidiano



Menina de pés decalços apertando campainha e correndo pelas ruas. Pulava o muro da vizinha, e ria impiedosamente quando ela ameaçava me denunciar a mamãe...

Saia do banho direto pro quintal rolar com meu cachorro pelo chão de lama. Não penteava os cabelos, sonhava almoçar chocolate, furava panelas pra depois trocar por algodão-doce sabor "dez bolas de sorvete por um real".

Pulava alto, sonhava muito, chorava escondido. Corria demais.
Palavreava sobre a vida, acreditava no céu, tinha fé nos homens.

Hoje, menina crescida, nem tanto -assumo, penso em tudo que deixei pra trás, nessa coisa que chamam "amadurecer". Sinto falta dos sonhos bobos, dos amigos que eu jurei que seriam eternos, da preocupação em terminar a "tarefinha de casa" pra não deixar os amigos esperando pra bater aquela "pelada" no meio da rua. Tenho pressa o dia inteiro, hora marcada, telefones tocando. Os compromissos de 'gente grande' me chamam. 
Ando estressada, mais ainda dá tempo de salvar meu dia. Tirar os sapatos, sentir o chão, tomar um banho de chuva cinematográfico, comer uma panela de brigadeiro vendo tv, depois dormir tranquilamente. É, sou dessas.

17 de maio de 2011




To jogando tudo pro alto, metendo o pé-na-jaca, rindo a toa.
Saindo fora de você e suas maluquices. Cansei! Não quero falsidade ou bajulações. Não minto pra ser bacana, problema seu se não gostar -to nem aí. Não vou perder meu tempo olhando minha língua no espelho, tentando entender porque meu hálito embaça o vidro. A vida é curta demais.
É tão fácil abrir a boca pra dizer "todos somos iguais" quando no fim das contas, ninguém abre mão do privilégio. Vejo o tempo todo pessoas preocupadas em serem aceitas por uma sociedade hipócrita, e sempre me pergunto: em que mundo to vivendo?

16 de maio de 2011

Soneto de Contrição

Eu te amo Maria, eu te amo tanto
Que meu coração doi como doença
E quanto mais me seja a dor intensa, 
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa.
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.

por, Vinicius de Moraes

14 de maio de 2011



Fico brava, dou chiliques -diversos, cruzo os braços e bato pé com um sorriso venenoso estampado no rosto,
e faço tudo sem querer. Nem sou totalmente movida pela raiva que sinto "daquelazinha" que não conheço, de qualquer forma minha voz fica áspera e todos os meus sentidos gritam de uma vez "idiota!" tento engolir o caos que ficou preso na garganta já com o rosto carregado. Perguntou o que havia e eu com muito esforço disse: "nada" tentando me convencer que estava tudo bem.
Na verdade eu só queria gritar que "EU TENHO CIUMES DE VOCÊ" que "EU TE AMO E TE QUERO SÓ PRA MIM" mas eu minto com a cara mais lavada que existe, por orgulho, não chego muito longe. Qualquer um que me veja sabe disto. O fato é que eu amo toda e qualquer pessoa ou objeto que esteja ao meu lado por mais de um segundo e meio, mesmo que não me pertença... 

13 de maio de 2011



abre parênteses...

Sabe quando parecia que eu estava olhando? Na verdade só parecia mesmo...
Eu não vi, sequer ouvi,  não consigo prender minha mente em nada por mais de
meio segundo. Às vezes acho que estou fazendo tudo errado, e quanto mais o
tempo passa, mais cresce esse vazio dentro de mim, me corroendo lentamente.
Meus pensamentos me traem. Vagam sozinhos, me levando sempre a lugar nenhum,
ilhados no mar de dúvidas construídas por mim.
No fim, a única coisa que tinha lá de meu verdadeiramente eram àquelas lágrimas que
insistiam em cair.

fecha parênteses.

10 de maio de 2011

Abraçar

v.t.d.; v.i.

Dizer com os braços o que a boca não consegue.

Mario Quintana


8 de maio de 2011




 Ser mãe é esquecer de escovar os dentes e os cabelos,
Limpar a casa as 3h da manhã com um sorriso no rosto já cansada de tantas noites mal dormidas.
Sofrer por não conseguir afastar-se mesmo que apenas por horas daquele corpinho tão pequeno
que um dia esteve dentro de seu ventre. Indefeso e necessário.
Abraçar um filho chorando enquanto médicos fazem testes e exames de rotina, tentando controlar as próprias lágrimas que caem insistentemente.
Dar pulos imensos com uma risadinha, um passinho, um dentinho que nasce... Perder mais horas de sono olhando um bebê dormir. E como ele dormi bonito não é?! Tão puro... Inoscente.
Deixar de lado as conversas longas ao telefone com amigas, porque já é hora de mamar.
E que orgulho, trocar aquela farrinha tão amada, por fraldas, chupetas e passeios empurrando um carrinho pelas ruas, pensando ser a mulher mais feliz do mundo. 
Pensa não, o é, desde o momento em que sentiu pela primeira vez aquele chutezinho na barriga.
Ser mãe, é viver eternamente em todos os corações que batem fora de seu corpo.

Não, eu não sou mãe.
Mais tenho uma, que amo demais da conta!
Minha mulher macho sim sinhô! Parabéns a todas as mamães!!!

5 de maio de 2011

"Eu quero um beijo de cinema americano
fechar os olhos, fugir do perigo
Matar bandido, prender ladrão
A minha vida vai virar novela
Eu quero amor, eu quero amar
Eu quero o amor de Lisbela."

 


Um segundo. É tudo que uma pessoa precisa para entrar em nossa vida, e alguns minutos depois se tornar um "amigo de infância", ou até mais que isso. Um irmão que você promete levar por todas as horas. Até que um dia, ele te leva. 
Leva de você toda sua confiança, seus segredos, bate a porta com força e vai embora sem nem dizer "adeus". Sai, com a mesma velocidade e sorriso que entrou. E você nem vê, até se dar conta por completo. É como contar uma mentira que no final, ninguém mais acredita além de nós.
A vida é mesmo um sopro, e mais nada. Simples assim. E não importam lágrimas, tudo passa. Tudo isso um dia vai passar...

4 de maio de 2011

Filha da Anistia

Essa peça incrível ainda tá em cartaz no Recife Antigo, então se tu puder, não deixa de conferir! 

Filha da Anistia

(foto: Marina cavalcante)


Em 2002 o projeto Marcas da Memória teve aprovação definitiva da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, após dez anos de existência. O Objetivo é reunir documentos oficias que falam da repressão e dos excessos militares, para tentar promover a reparação a todas as violências impostas na época conhecida como "os anos de chumbo" do país. 

Pra quem quiser saber mais, blog oficial ¬> http://filhadaanistia.blogspot.com/
Recomendo este trabalho a todos!


2 de maio de 2011

off



-alô, Flor! e aí, tudo bem contigo? Te liguei várias vezes e só dava caixa postal.
-oi, quem é?
-fulanodetal, lembras de mim?
-ah, sim, lembro. OI.
-e ai, onde tu tá? Queria te ver...
-mesmo?
-é sim... porque? não posso?
-hum... pode claro, mas sabe fulanodetal, é que eu to ocupada agora curtindo com amigos. Liga depois.
-fala onde cê tá, se eu tiver perto posso ir beber uma contigo, que tal?
-não vai dar.
-e por que não?
(silêncio)
-fala, por que não?
-há certas coisas que não compensam.
-como assim?
-a vida ensina a manter o controle de qualidade.

15112010



Água morna.
Pela primeira vez na minha vida não fui nem totalmente fria ou quante; apenas morna.
Parei no meio do caminho. Covardia? Não -necessidade. Ah sei lá o porque... Não
foi por medo, receio ou qualquer etc. do tipo. E posso até ousar dizer que água morna
não é tão ruim assim...

1 de maio de 2011



Wanted you so much,
That you nor he knew how to notice.
Called you so much, 
that you nor it got me to listen.
Loved you so much,
that you were not capable to feel.
Waited for you so much, 
that you nor it got to arrive and does
he want to know? I LEFT!
I Left...

29 de abril de 2011

A maior verdade sobre relações, é que às vezes, nós não sabemos nada. Nem sempre você fica com quem quer, e às vezes você acaba ficando com alguém que não é o ideal. Mas se você tem fé, o universo acaba lhe mostrando 
exatamente o que você precisa. 
O desafio é permitir-se ficar sozinho até encontrar a pessoa ideal.  Mas você não pode se esconder.  Ficar na fossa é uma droga. Mas não ficar na fossa nunca, é pior ainda. As respostas não estão numa palestra, nem num livro. Mas talvez, se você for feliz, encontre uma. Eu acredito nisso, porque 
apesar de tudo, eu ainda sou otimista. 

Do Filme: "Men in Trees"
Há quem vai preferir te perder, ao invés de procurar melhorar. Você não consegue mudar alguém, mas você sempre pode mudar de lugar e seguir.

24 de abril de 2011



Sabe, eu gosto de carne. MESMO.
Não tenho nada contra "vida saudável" e até admiro quem só come saladas e grãos. E antes que algum vegetariano (fanático) venha me agredir, às vezes eu até encaro essas comidinhas, desde que não tenha soja. Não, essa nem minha mãe sonseguiu, e olha que foram muitas atrocidades alimentícias. Superei.
A questão é que pra mim toda vaquinha, peixe, galinha ou até porquinho que teve uma vida de gordura e sucesso, deve terminá-la muito bem frito, cozido, grelhado ou assado, no meu prato acompanhado de qualquer coisa. Quentinho. Derretendo na boca e me fazendo muito feliz.
Como já disse, respeito muito o ato de comer "folhas", mas essa vida não dá pra mim.

Travessia



Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, 
que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos que nos levam aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia, e se não ousarmos fazê-la, 
teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

22 de abril de 2011

Alpinista

Escalei um sonho de amor, mais rolêi sobre o abismo e me encontraram morto...
Mas quando abriram minha mão, te encontraram.
Você é o puro espinho inacessível, que eu queria colher e apertar junto ao coração.
Sim! Eu fiz o impossível, mas porém eu fiz em vão.



(autor desconhecido)

21 de abril de 2011



  

Tenho pensado muito em você ultimamente, me perguntando sempre como cheguei até aqui. Achei que fôsse momentâneo, mas fui perdendo o controle e ... Não deveria ter me apegado tanto, não era pra ser assim -tão rápido, tão intenso. Mas toda essa coisa que chamo de "nossa" tira minha paz. Esta noite tentei dormir, revirei a cama e nada, estava sendo sabotada por mim mesma. Depois de assistir a tantos filmes teus que desfilavam com sucesso diante dos meus olhos secos, resolvi te ligar e pro meu azar ou sorte, você atendeu. 
Cometi mais uma vez o sincericídio de não te esconder minhas verdades tôlas, e pra minha surpresa (ou não)  você foi além de um sorriso desenhado no meu rosto, me fez acreditar que é real.

24 de março de 2011

Um



To sentada na janela fumando aquele mentolado que você odeia, imaginando a vida que nunca sonhei pra mim. Daqui eu posso ver o Bairro inteiro. Pessoas lá embaixo cruzam as ruas, acendem as luzes. Mas continuo aqui. Intacta. Talvez eu esteja esperando aquele telefone que (quase) nunca toca. É talvez esteja.
Às vezes acho que você vai entrar por aquela porta e me tirar a paz, como quem tira a roupa de alguém.
Mais um cigarro.
Não sei se jogo tudo fora, se desamasso, ou se apenas deixo pra depois.
Não vou estuprar ouvidos fingindo desabafo. Ta tudo tão fora de lugar aqui dentro que nem sei mais onde fica o Norte. To perdendo o prumo, o rumo, como um bêbado tentando equilibrar uma bandeja de copos. E eles estão caindo um-a-um.

23 de março de 2011

080810



Naquele dia acordei bem, por motivo nenhum, apenas bem.
Fui cantarolando até o sofá, ainda de pijama, com a minha caneca preferida de café e alguns biscoitos com manteiga. Liguei a tv num canal qualquer, e tentei prestar atenção no que passava. Quando o telefone tocou, era você. Não precisei atender, mas de algum modo eu sabia. Enquanto tocava pela segunda vez, lembrei de tantas vezes que liguei e não me atendeu, das outras tantas que quis te ver e não pôde, porque estava "ocupado" demais com seu trabalho, sua vida, e eu tôla, sempre pensava "tudo bem".
O telefone continuou a tocar enquanto minha boca se desfazia num sorriso. É mais uma vez me decepcionei. Quando pensei ter conhecido a única pessoa no mundo incapaz de voltar atraz, lá estava você ligando insistentemente. E eu podia sentir seu desespero por traz de cada chamada.
E naquele momento notei que nunca precisei realmente das suas explicações, ligações ou compania. Nunca precisei desses seus truques baratos e inúteis, que me afastaram tanto que passei a enchergar além. Me mudei daquela coisa forte que eu sentia por você. Me mudei daquela pra uma outra bem melhor, e agora pode ligar, pode falar e chorar o que quiser; apenas não me importo mais, afinal o mundo gira igual pra todos nós.

Sabotagem





"Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
Viver e não ter a vergonha de ser feliz!!"
(O que é, o que é? / Gonzaguinha ♫ )


Vejo pessoas mentindo o tempo todo. Vejo pessoas fingindo ser o que não são por vaidade. Sorriam. Apenas sorriam e acenem com a leveza de um trator em guerras; procurando a melhor senha pra por naquela continha que cê fez no Exterior, o anti depressivo pra tomar pela manhã, ou o psiquiatra mais caro da cidade. Eu vejo gente fria suando a camisa pra dizer que vive. Enquanto eu meu chapa, tenho muita pressa pra ir comer cachorro quente na esquina, pra dormir na mesa do bar, dizer que amo minha melhor amiga, e tomar sorvete no pote chorando por um amor mal correspondido. Ou talvez nunca correspondido. E não me chama não que to ocupada quebrando a cara por me entregar demais àquela preguiça que dá depois que a gente almoça. 
Mas é claro que você não sabe o que é se sentir assim, porque esta acostumado demais a se enchergar pela retina de outras pessoas.

22 de março de 2011

270210



Não precisamos ficar idealizando como seria. Já é tarde pra se criar um novo fim. Acredito que sempre há um momento em que podemos hesitar, escolher, e se deixamos passar "despercebido" é porque no fundo desejamos que seja assim. Algumas se vão, pra sempre; mas ficará algo que me fará sorrir. E que digamos: "nada vai mudar", sentindo que tudo já não é mais como antes.
Não adianta ficar triste, nem lamentar. Demos a cara a tapa, e (ao menos pra mim) valeu a pena. Não perca seu tempo me perguntando o " por que?" no final dá tudo certo de algum jeito meio idiota, então boa sorte.

21 de março de 2011

070311



Não adianta reclamar, dizer que te estresso, não vou retrucar, vou ficar aqui sentada no meu canto olhando pra sua cara de brabo dizendo que “eu sempre vou embora”.
Então eu fico. Fico aqui sem me importar muito com o “depois”, rezando pra que você não crie teorias sobre nós, ou pense na sua casa, seu trabalho. No Clube. Calma guri relaxa. Senta aqui que te faço um cafuné. É que eu essa menina burra, sem teto e de pés no chão acabei de levar um choque térmico, por atravessar teu portão. Está frio demais lá fora.
Meu terapeuta maluco que anda de pés descalços e me atura toda quarta na hora do rush, diz que sou oportunista de carona, mas é que me perder nas madrugadas tentando te encontrar é tão viciante quanto música boa, cigarros e amigos.

17 de março de 2011

Che-gueeeeeeeeeei!
Escrever pra mim, sempre foi uma forma de fugir, entender e abraçar as minhas incoerências. Pensei muito antes de decidir construir esse espaço, e expor todos os pensamentos engavetados à tanto tempo, mas entendi que acompanhar a evolução de cada linha escrita aqui, será muito gratificante. Vou trazer pra essa casa tudo que eu mais amo: poesias, músicas e claro, meus textinhos.
Então, bora lá, avante!

Inaugurando



Olha só meu primeiro texto nesse espaço aqui...
E quem diria que eu riria fazer mais um, algum dia?
To sem tempo até pra mim, mas vamos lá: adiante.