"As emoções, são as cores da alma." - A Cabana

24 de março de 2011

Um



To sentada na janela fumando aquele mentolado que você odeia, imaginando a vida que nunca sonhei pra mim. Daqui eu posso ver o Bairro inteiro. Pessoas lá embaixo cruzam as ruas, acendem as luzes. Mas continuo aqui. Intacta. Talvez eu esteja esperando aquele telefone que (quase) nunca toca. É talvez esteja.
Às vezes acho que você vai entrar por aquela porta e me tirar a paz, como quem tira a roupa de alguém.
Mais um cigarro.
Não sei se jogo tudo fora, se desamasso, ou se apenas deixo pra depois.
Não vou estuprar ouvidos fingindo desabafo. Ta tudo tão fora de lugar aqui dentro que nem sei mais onde fica o Norte. To perdendo o prumo, o rumo, como um bêbado tentando equilibrar uma bandeja de copos. E eles estão caindo um-a-um.

23 de março de 2011

080810



Naquele dia acordei bem, por motivo nenhum, apenas bem.
Fui cantarolando até o sofá, ainda de pijama, com a minha caneca preferida de café e alguns biscoitos com manteiga. Liguei a tv num canal qualquer, e tentei prestar atenção no que passava. Quando o telefone tocou, era você. Não precisei atender, mas de algum modo eu sabia. Enquanto tocava pela segunda vez, lembrei de tantas vezes que liguei e não me atendeu, das outras tantas que quis te ver e não pôde, porque estava "ocupado" demais com seu trabalho, sua vida, e eu tôla, sempre pensava "tudo bem".
O telefone continuou a tocar enquanto minha boca se desfazia num sorriso. É mais uma vez me decepcionei. Quando pensei ter conhecido a única pessoa no mundo incapaz de voltar atraz, lá estava você ligando insistentemente. E eu podia sentir seu desespero por traz de cada chamada.
E naquele momento notei que nunca precisei realmente das suas explicações, ligações ou compania. Nunca precisei desses seus truques baratos e inúteis, que me afastaram tanto que passei a enchergar além. Me mudei daquela coisa forte que eu sentia por você. Me mudei daquela pra uma outra bem melhor, e agora pode ligar, pode falar e chorar o que quiser; apenas não me importo mais, afinal o mundo gira igual pra todos nós.

Sabotagem





"Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
Viver e não ter a vergonha de ser feliz!!"
(O que é, o que é? / Gonzaguinha ♫ )


Vejo pessoas mentindo o tempo todo. Vejo pessoas fingindo ser o que não são por vaidade. Sorriam. Apenas sorriam e acenem com a leveza de um trator em guerras; procurando a melhor senha pra por naquela continha que cê fez no Exterior, o anti depressivo pra tomar pela manhã, ou o psiquiatra mais caro da cidade. Eu vejo gente fria suando a camisa pra dizer que vive. Enquanto eu meu chapa, tenho muita pressa pra ir comer cachorro quente na esquina, pra dormir na mesa do bar, dizer que amo minha melhor amiga, e tomar sorvete no pote chorando por um amor mal correspondido. Ou talvez nunca correspondido. E não me chama não que to ocupada quebrando a cara por me entregar demais àquela preguiça que dá depois que a gente almoça. 
Mas é claro que você não sabe o que é se sentir assim, porque esta acostumado demais a se enchergar pela retina de outras pessoas.

22 de março de 2011

270210



Não precisamos ficar idealizando como seria. Já é tarde pra se criar um novo fim. Acredito que sempre há um momento em que podemos hesitar, escolher, e se deixamos passar "despercebido" é porque no fundo desejamos que seja assim. Algumas se vão, pra sempre; mas ficará algo que me fará sorrir. E que digamos: "nada vai mudar", sentindo que tudo já não é mais como antes.
Não adianta ficar triste, nem lamentar. Demos a cara a tapa, e (ao menos pra mim) valeu a pena. Não perca seu tempo me perguntando o " por que?" no final dá tudo certo de algum jeito meio idiota, então boa sorte.

21 de março de 2011

070311



Não adianta reclamar, dizer que te estresso, não vou retrucar, vou ficar aqui sentada no meu canto olhando pra sua cara de brabo dizendo que “eu sempre vou embora”.
Então eu fico. Fico aqui sem me importar muito com o “depois”, rezando pra que você não crie teorias sobre nós, ou pense na sua casa, seu trabalho. No Clube. Calma guri relaxa. Senta aqui que te faço um cafuné. É que eu essa menina burra, sem teto e de pés no chão acabei de levar um choque térmico, por atravessar teu portão. Está frio demais lá fora.
Meu terapeuta maluco que anda de pés descalços e me atura toda quarta na hora do rush, diz que sou oportunista de carona, mas é que me perder nas madrugadas tentando te encontrar é tão viciante quanto música boa, cigarros e amigos.

17 de março de 2011

Che-gueeeeeeeeeei!
Escrever pra mim, sempre foi uma forma de fugir, entender e abraçar as minhas incoerências. Pensei muito antes de decidir construir esse espaço, e expor todos os pensamentos engavetados à tanto tempo, mas entendi que acompanhar a evolução de cada linha escrita aqui, será muito gratificante. Vou trazer pra essa casa tudo que eu mais amo: poesias, músicas e claro, meus textinhos.
Então, bora lá, avante!

Inaugurando



Olha só meu primeiro texto nesse espaço aqui...
E quem diria que eu riria fazer mais um, algum dia?
To sem tempo até pra mim, mas vamos lá: adiante.