"As emoções, são as cores da alma." - A Cabana

30 de outubro de 2011


 "O dicionário diz que  saudade é um sentimento mais ou menos melancólico de incompletude. Como assim, mais ou menos? Como saber se um sentimento está mais ou menos melancólico de incompletude? E por que às vezes é saudade e outras vezes saudades? Será que quando é menos, é saudade e quando é mais, é saudades? Penso que saudade é mais geral e saudades, mais específico. E que saudade é mais melancólico e saudades é menos melancólico. Mas, de incompletude, os dois sentimentos são. E eu, agora, estou com muito sentimento melancólico de incompletude específico."

Por: Noemi Jaffe

23 de outubro de 2011



O cigarro ainda aceso em minha boca me faz companhia em meio à cama bagunçada. Viro. Remexo. Tento. E não consigo dormir. Pensamentos se fundem aos meus desejos. Detesto despedidas e qualquer tipo de etc. que converse com a distância, que me deixe esse gosto do que não é mais tão meu-seu-nosso.

17 de outubro de 2011

Dança




Me puxa pelo braço,
me segura, me cala, me cerca
e faça juras.
Sorriso pequeno, leve
tente - tente
tornar-se história dos meus
lábios molhados com seu humor.
Pensamento lento,
coração acelera,
me solta, me pega, me contradiz
e faça truques.
Meu ouvido, teu sotaque...
Teu molde, meu quadril,
me leve, me leia, me guie,
pra onde vai à memória.



13 de outubro de 2011



Eu pedi um tempo ao tempo, pra tentar viver outro tempo sem saber que naquele tempo, o tal tempo não cabia. Mas tudo tem seu tempo, acredito nisso. O problema é que o tempo que dizem "apagar tudo", só guarda aquilo "tudo" em algumas gavetas criadas por ele na distância; fiquei com medo de não ter tempo suficiente, e tentei atrasar as horas. Quebrei o relógio. Quebrei a cara. Então resolvi apressar o tempo, não precisava mais dele, mas ele me bateu com força pela pressa descabida, exibindo seus ponteiros orgulhosos. Voltei às gavetas. Inspecionei cada uma, pensei que fosse encontrá-lo, o tempo, mas ele havia se mudado. No lugar havia um outro, não sei quem este era. Tentei cumprimenta-lo, mas ele só me gritou de longe um "até breve".

8 de outubro de 2011

[IN]Decisão




 Eis que chega numa encruzilhada. Seus olhos percorrem todos os caminhos, "por onde seguir?" - perguntou-se.
Olhou para trás com pesar, a rua iluminada fazia-se cinza, ela precisava ir, e a urgência em fazê-lo doía-lhe a garganta. Respirou fundo e soltou a bagagem ao chão. Decidiu que não levaria nada consigo. Mas como deixá-las? As pessoas? Um passo à frente e a eternidade dos segundos, se permitiu sorrir de forma amedrontada, porém deliciosa. Seus olhos queimavam deslumbrados ao avistar as novas ruas. Seu corpo gritava numa só voz "não para menina, não para; pois o tempo passa e a vida precisa seguir..." E foi, com jeito de quem sabia exatamente o que fazer.

5 de outubro de 2011

Risco



Imagem by: Ivan Makarov

O medo é apenas o berço de minhas revelações passionais.